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REV. DO ITT. ARCH. E GEOG. PERN.

Traducção livre da carta de Diogo da Costa a Pedro Poty

Quer Deus que eu te mande esta minha carta.

Como tens passado de saúde meu irmão?

Que fazes tu ainda ?

Que estaes fazendo meu irmão ?

Vem, sae.

Desde quanto estou eu a cançar-me por ti, assim como teu irmão o velho capitão-mór e tambem teu irmão, o sargento-mór.

Vem, logo que recebas esta minha carta.

Porque motivo estaes enfadado commigo que sou teu pa-
rente?

Não sou eu teu amigo?

Porque maltratas o meu gado sem causa tambem?

Retira-te para mim, para o meu desterro ; segue o meu conselho.

Os brancos não te disseram muitas vezes debalde que os chefes brancos (os portuguezes) muito estimavam que tu sahis-
ses quanto antes, junctamente com todos os moradores brancos da Parahyba ; e que tu houvesses de falar com certeza ; se sahires sem gente, approxima-te e faze que venha um homem falar-me, avisando ser certa a tua vinda, e então eu saio ao teu encontro até o logar onde te achares.

Estima certamente o chefe a tua sahida, não fazendo ques-
tão os teus.

Vem, sae.

Não me estimaes vós outros?

Esteve á morte teu irmão Felippe Tocaia.

Nosso amparo morreu.

E’ só isso o que tem a communicar-te o teu irmão mais moço, Capitão Diogo da Costa, aos primeiros dias de Outubro de 1645.


Theodoro Sampaio.

Bahia, 17 de Março de 1907.


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